segunda-feira, abril 30, 2007

Música: O Rótulo EMO

Estava pensando hoje, sobre como os rótulos viram moda. A expressão "emo" então, hoje é usada para definir desde os "Metaleiros VASP" ("Vagabundos Associados Sustentados pelos Pais", também conhecidos como "mãe, me dá 5 pila para eu ir ser malvado na Redenção?"), até bandas que nada têm a ver com emocore.

Hoje, qualquer banda que faça um som pesado e que fale sobre o tema mais usado na música na história, é tachada de "emo". E que tema é esse? Amor, corações partidos, desilusões, tristeza, essas coisas. É fato, as poesias mais belas giram em torno desses temas. Natural que muitas músicas sejam sobre isto.

Atualmente, para não ser tachado de "emo", uma banda precisa escrever canções que falem sobre como são bons, como pegam a mulherada, como nasceram em um ritual satânico e são filhos bastardos do demônio com uma cabra, essas coisas. Qualquer coisa que fuja desses temas, é considerada "emo". O Punk, o Gótico, o New Metal, e até mesmo algumas vertentes do Metal e do Rock viraram "coisa de emo".

Penso se a cabeça das pessoas não está encolhendo cada vez mais, e se aqueles que se consideram "mentes livres", "visionários" e afins não são na verdade apenas mais um produto da mídia, arrotando aos quatro ventos exatamente o que lhes é dito pela sociedade na qual estão inseridos.

No final, essas pessoas com uma visão tão curta da música apenas estão querendo ser aceitos, querem se sentir parte de algo, querem um abraço, um cafuné, um tapinha nas costas, exatamente como qualquer "emo" que eles tanto criticam.

Falta gente de visão hoje em dia, gente que realmente saiba apreciar e analisar música, independente de estilo ou moda. Agora vou lá buscar meu pentagrama, minha camiseta preta porque meus amigos malvadões estão me esperando para ficarmos todos bêbados ouvindo música do demônio. Tudo isso porque eu sou mal. Entenderam?

Agora vão dizer que até Beatles é emo... Basta pegar qualquer letra deles...

quinta-feira, abril 26, 2007

blogLife: antes da chuva cair

Interessante como as vezes algo tão banal como uma música, uma cena ou até mesmo uma sensação (aquela que vem poucos instantes antes da chuva começar a cair) podem reavivar uma saudade há muito esquecida.

Saudade estranha, de uma pessoa que ficou no passado. Um cara diferente, estranho, que não se ajustava ao que era "padrão" na sociedade formal. Um cara que tinha regras e um código de conduta próprios, horários totalmente avessos ao resto das pessoas, de hábitos notívagos e que gostava de brincar de deus. Ou ao menos ele se dava ao luxo de se sentir um deus, de vez em quando. E esse cara era eu.

Coisas bobas, de guri que se acha espertão porque sabe algo a mais sobre algo, porque domina alguma informação ou tem alguma habilidade que as outras pessoas não têm. Lembro bem daquele tempo, tempo em que eu tinha meu próprio mundo, onde eu mesmo fazia as regras e me dava ao luxo de sentir orgulho de mim mesmo, sem me sentir culpado por isso. Tempo em que eu vivia fora das regras formais, e ninguém me criticava por isso.

Hoje, eu sigo as regras. Carreira, faculdade, essas coisas. Tenho coisas preciosíssimas, como família, amigos e uma mulher que eu amo. E amo de verdade, como nunca pensei ser possível fora da ficção e dos meus sonhos. Tenho ótimos desafios pela frente, a força e a vontade para vencê-los, e pessoas do meu lado para me dar o apoio que todos precisamos para seguir em frente.

Então porque sentir saudades de algo que já passou, se o que tenho hoje é tão melhor? Não sei... Talvez seja um frio na barriga, antes das mudanças. Talvez seja só aquela sensação antes da chuva cair. Reação normal, na hora de sair da zona de conforto e abraçar as novidades com um sorriso no rosto e a curiosidade infantil que sempre me domina nessas horas.

De qualquer maneira, "*HtP!*" sempre vai fazer parte das coisas boas do meu passado.

segunda-feira, abril 23, 2007

Hikyo Na Furumai

Estava lendo o "periódico" do Instituto Niten, e gostei muito de um pensamento do Sensei Jorge Kishikawa. Abaixo, reproduzo na íntegra, e peço desculpas ao Sensei por usar suas palavras.

***************************
"A medida que o tempo passa, as pessoas mudam. Algumas para o bem, outras para o mal. Cada um movido pelo próprio interesse (ou desinteresse). As que vão para o mal acreditam que nada estão fazendo de errado, pois movidos pelo ego que cega as suas ações, sempre têm uma explicação "lógica" para justificar a ação.

Todos estes têm uma característica. Começam sorrateiramente com o "hikyo na furumai" , que em poucas palavras siginifica "movimentação estranha, covarde, mesquinha", e que os samurais odiavam. Você deve ter percebido que eu falei que apesar de terem a explicação "lógica" , agem com "hikyo na furumai". É porque, no fundo, sabem e sentem que estão errados.

O que vem depois são sucessões de fatos (e sempre é a mesma novela) inerentes a todos aqueles que 'cospem no prato em que comeram'."
***************************

Incrível como as vezes as coisas parecem ter sido escritas especialmente para o momento que estamos atravessando. Outro pensamento do Sensei Kishikawa que tem me feito pensar muito é um que ele publicou em seu "Shin Hagakure", entitulado "Guerreiro ou Flor".

***************************
"Coitadinhos ou coitadinhas não devem ir ao campo de batalha. Só atrapalham. Alguém gostaria de ter um samurai chorando no meio da batalha? Tendo crise de nervos? Com depressão? Ou precisando de um cafuné? Sendo tão inofensivo que não suporte um comando enérgico ou uma advertência verbal? Este não é um guerreiro. É uma flor. Deve estar num vaso e servir de ornamento para ninguém tocar. Não resiste à mais leve brisa da manhã."
***************************

Tenho pensado muito nos textos de Kishikawa Sensei e Tsunetomo Sensei. Preciso encontrar meu centro novamente, meu Kamae.

terça-feira, abril 03, 2007

Música: As Cores

Há algum tempo ando com a idéia de montar uma lista entitulada "As Cores". A idéia é montar uma lista de albuns com nomes de cores, e já tenho uma pequena amostra, que explica a idéia. Inicialmente, a lista abaixo não tem "cores repetidas", mas pretendo mais pra frente montar uma lista o mais completa possível, com todas as cores e albuns associados.

Lista: As Cores (preview)
Black Album - Metallica (Metal - 1991)
Green Album - Weezer (Rock - 2001)
Blue Album - Weezer (Rock - 1994)
White Album - Beatles (Rock - 1968)
Red Album - Beatles (Rock - 1973)
Yellow Album - The Simpsons (OST - 1998)
Pink Album - White Hole (Pop - 2004)
Orange Album - Stefy (Pop - 2006)
Brown Album - Primus (Rock - 1997)
Grey Album - Danger Mouse (Hip Hop - 2000)
Purple Album - Stone Temple Pilots (Rock - 1994)
Cyan Album - Three Dog Night (Rock - 1973)

Fico aberto a sugestões, tanto de albuns nacionais quanto internacionais, por e-mail (cristiano@poabynight.com) ou aqui nos comentários mesmo.