quinta-feira, agosto 24, 2006

Opinião: Banalização do sexo

Alguns dias atrás estava eu caminhando pela província, voltando do almoço sozinho, quando me deparei com uma propaganda que me chamou a atenção: uma morena dentro de uma lingerie vermelha, com um ar entre sensual e o pornográfico, Photoshop trabalhando pesado, com um sofá fora de foco no fundo. Em plena esquina da Goethe com a Mostardeiro.

Antes que pensem mal de mim, vou explicar. O que me chamou a atenção é que a propaganda digna de uma campanha da Victoria's Secret era de uma loja de móveis. Isso mesmo, móveis! Ao invés de mostrar o móvel, eles preferiram aproveitar e chamar a atenção do público com uma morena semi-nua, em uma das esquinas mais movimentadas da cidade.

Isso me fez pensar que, mais do que nunca, estamos usando o sexo para vender de tudo. Não duvido que em breve comecemos a usar o sexo para vender até mesmo religião! Imaginem: um cartaz cheio de jovens garotas lindíssimas, e rapazes sarados, comportadamente vestidos, porém deixando revelar contornos para lá de atraentes, dizendo "venha para a juventude cristã".

Aos poucos, através da mídia, estamos banalizando cada vez mais o sexo, transformando-o em uma ferramenta de mídia que cada vez causa menos impacto. Essa "liberdade" que temos hoje, que nos permite mostrar qualquer coisa na TV, rádio e jornais, acaba por desvalorizar o sexo, tornando-o algo frívolo, de pouca importância, e aí vemos os jovens perdendo a virgindade cada vez mais cedo, dormindo juntos com o consentimento dos pais antes mesmo de terminar o ensino fundamental...

Enfim, vemos o sexo algo cada vez mais corriqueiro, menos importante, não é mais algo que as pessoas fazem porque se gostam, e sim algo que as pessoas fazem porque se encontraram numa esquina e rolou química. Propagandas cada vez mais provocantes, programas de TV cada vez mais bagaceiros (vide aquele lixo que é o programa do Leão e aquele Zorra Total), a indústria do sexo deixou de ser um mercado exclusivo do meretrício, e agora passa a ser um nicho explorado por pessoas com nível superior e até pós-graduação.

Existem vários fatores que contribuem para esta mudança de valores, e não estou aqui tentando bancar o falso moralista, mas foi uma coisa na qual pensei dia desses. Talvez as pessoas devessem usar mais a peça que têm entre as orelhas, para ver o que a mídia está fazendo conosco.

Se bem que as eleições estão aí de novo, e lá vamos nós, povo marcado, povo feliz, reeleger os mesmos ladrões de sempre... O que esperar desse povo?

5 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com vc, e acho que não tenho mais nada a acrescentar n texto, ele por si já diz tudo.

Anônimo disse...

Parabéns, mais uma vez! Esse meu mano é fogo!

Anônimo disse...

Gatinho, mulheres de lingerie com caras de "me coma" em outdoors é a coisa mais normal do mundo!
Teusolivre uma maluca fazer topless na praia, mas a lingerie no meio das cidades não tem estresse.
Isso só faz com que o conceito da loja que usa esse artifício caia, e muito, porque tu olha e fala "massa" por causa da mulher e nem vê o que está sendo vendido.
Indústria do sexo aumenta todos os dias, e não são as putas e nem o sex shops que cresceram, hehehe

Anônimo disse...

Talvez essa banalização seja uma coisa boa no fim das contas. Pensa bem. Tem tanta gente cheia de ver o sexo vendendo qquer coisa, desde programas de TV à sofás (essa do sofá foi incrível), revistas (uma Nova da vida, por exemplo) e comportamento, que isso começa a fazer as pessoas repensarem o verdadeiro valor do sexo. Mas como sempre, infelizmente, a "massa" sempre vai ser a última a se dar conta disso. O q é uma pena...

Anônimo disse...

Tu tem razão sim, Cris. Basta olhar à volta e exergar a triste situação da juventude de hoje, cercada dessa indústria sexual que nunca pára de crescer. Já parou para ver DiskMTV e MixTV? A minha irmã de 9 anos assiste isso e ela mesma já observou que a cada dia parece uma nova 'mulher gostosa com vozeirão e pouca roupa rebolando sem parar'. Claro, sem contar aquele fenômeno absurdo chamado Rebelde (um monte de adolescentes com pintas de ninfetas colegiais), que ainda dizem ser programa infantil!
E depois tem toda essa pressão entre os amigos e etc, que nada mais são do que outras vítimas desse mundo moderno. Liberdade para falar de sexo é bom, mas explicitar dessa maneira que vem acontecendo acaba por tornar maníacos sexuais menininhos de 7 anos.
Já parou pra pensar na exigência desses moleques quando chegarem aos 15 anos? Não vai ter bulimia, plásticas e o diabo-a-quatro que dê conta das meninas que vão querer virar sexy simbol.
humf.
tá aí minha indignãção.