sexta-feira, dezembro 22, 2006

100 maiores vocalistas de heavy metal (?!)

Porque as revistas "especializadas" insistem em fazer listas que apenas provam que, na verdade, elas não entendem nada do assunto que tratam? A Hit Parader listou os 100 vocalistas que deveriam ser os 100 melhores do heavy metal do mundo. De cara já dá para notar que a lista na verdade demonstra que a idéia de "heavy metal" deles não é exatamente a mais correta.

O top da lista é Robert Plant, do Led Zeppelin. Ainda temos nomes como Bruce Dickinson, do Iron Maiden, Rob Halford, do Judas Priest, Ozzy Osbourne, do Black Sabbath, Steve Tyler, do Aerosmith, e Chris Cornell, do Soundgarden e Audioslave. Agora, me diga quando que vou encontrar Queen (Freddie Mercury está na lista) na sessão de Metal em qualquer loja do mundo. O que falar então de Kurt Cobain, Scott Stapp, Mike Shinoda, Mick Jagger, Trent Reznor, Roger Daltrey e David Bowie?

Claro, temos alguns grandes vocalistas ali no meio, mas não todos são de heavy metal. Por mais que o Maynard James Keenan demonstre um domínio muito grande dos vocais de Tool e A Perfect Circle, definitivamente ele não é heavy metal. Chester Bennington, Marilyn Manson, Jimi Hendrix e Jon Bon Jovi podem ser definidos da mesma forma (apesar de que Hendrix era um guitarrista muito melhor do que era vocalista, mas deixa assim).

Ok, reunir 100 nomes de vocalistas de um mesmo gênero musical é complicado, eu sei. Mas que fizessem 20! 10! 5! Mas que não fizessem mais essa presepada. Cada vez mais me convenço que essas revistas são formadas por jornalistas genéricos, e não por pessoas que entendem de música.

Abaixo, a lista da Hit Parader.

01. Robert Plant
02. Rob Halford
03. Steven Tyler
04. Chris Cornell
05. Bon Scott
06. Freddie Mercury
07. Bruce Dickinson
08. Ozzy Osbourne
09. Paul Rodgers
10. Ronnie James Dio
11. Axl Rose
12. Sammy Hagar
13. Geddy Lee
14. Geoff Tate
15. Mick Jagger
16. Jonathan Davis
17. Roger Daltrey
18. Paul Stanley
19. David Lee Roth
20. Kurt Cobain
21. Maynard James Keenan
22. Klaus Meine
23. Eddie Vedder
24. James Hetfield
25. Trent Reznor
26. Serj Tankian
27. Layne Staley
28. Steve Perry
29. Gene Simmons
30. Joe Elliott
31. Jon Bon Jovi
32. Alice Cooper
33. Vince Neil
34. Steve Marriott
35. Lajon Witherspoon
36. Sebastian Bach
37. Philip Anselmo
38. Zack De La Rocha
39. Brian Johnson
40. Bret Michaels
41. Udo Dirkschneider
42. David Draiman
43. Ian Gillian
44. Marilyn Manson
45. Jeff Keith
46. Chester Bennington
47. Sully Erna
48. Lemmy Kilmister
49. Aaron Lewis
50. Brett Scallions
51. Chino Moreno
52. Rob Zombie
53. Anthony Kiedis
54. David Coverdale
55. Gary Cherone
56. Andrew Wood
57. Scott Weiland
58. Tom Araya
59. Phil Lynnot
60. Rod Stewart
61. Scooter Ward
62. Ray Davies
63. Sonny Sandoval
64. David Bowie
65. Joan Jett
66. Josey Scott
67. Perry Farrell
68. Scott Stapp
69. Amy Lee
70. Don Dokken
71. Fred Durst
72. Mike Shinoda
73. Pepper Keenan
74. Dez Fafara
75. Gavin Rossdale
76. Blackie Lawless
77. Dave Wyndorf
78. Ann Wilson
79. Jimi Hendrix
80. Ville Valo
81. Peter Steele
82. Dave Williams
83. Dee Snider
84. Joe Lynn Turner
85. King Diamond
86. Corey Taylor
87. Jamey Jasta
88. Justin Hawkins
89. Dave Mustaine
90. Ian Astbury
91. Stephen Pearcy
92. Phil Mogg
93. Biff Byford
94. Cristina Scabbia
95. Dani Filth
96. Wes Scantlin
97. Tim "Ripper" Owens
98. Joshua Todd
99. Kevin Dubrow
100. Ray Gillen

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Top (?!) músicas dos últimos 20 anos

A revistra britânica Q publicou em sua última edição uma lista com as melhores músicas dos últimos 20 anos. Eu não sei bem qual foi o parâmetro usado, mas creio que não podemos considerar os mesmos parâmetros para escolher clássicos como "Bitter Sweet Symphony"', "One", "Song 2", "Personal Jesus", "Sweet Child O'Mine" ou mesmo "Smells Like Teen Spirit", e modinhas passageiras como "Hey Ya", "7 Nation Army", "Baby One More Time" ou mesmo a novidade "I Bet You Look Good on the Dancefloor".

Pessoalmente, achei a lista fraca, tendenciosa, e demonstra no mínimo uma cultura musical muito pobre de quem a organizou.

Agora, virou moda babar nos ovos do Kurt Cobain, em uma tendência necrófila que me incomoda bastante. O cara entrou entre os artistas mortos mais vendidos da história, rivalizando com Elvis Presley, e por isso agora está essa babação em volta dele. Ok, "Smells Like Teen Spirit" de fato foi um ícone dos anos 90, o maior hino da geração grunge, mas nada me tira da cabeça que ela só está em primeiro na lista por causa do atual "Cobainismo". O Pato Fu certa vez cantou em uma música sobre "a necrofilia da arte". Acho isso muito chato, muito fútil.

Além disso, temos "hits de sucesso" de épocas bem específicas, algumas coisas bem modinha mesmo, totalmente "Billboard", bem "lista dos mais vendidos", coisas como "Hey Ya!", "7 Nation Army", "Crazy", "Angels" e Deus me livre, "Baby One More Time", demosntram uma lista volúvel, embalada pelas "mais pedidas", que não são necessariamente as melhores. Todos sabemos do poder da mídia, e a revista Q parece ter sido mais uma vítima nada inocente.

Mas pergunto agora: como fazer uma lista das melhores músicas dos últimos 20 anos, e não citar "Wonderwall" do Oasis, "Basket Case", "She", "Welcome to Paradise" ou "When I Come Around" do Green Day, "Coffee and TV" do Blur, como não citar nenhuma música do Metallica, "Wish You Were Here" do Incubus, "Even Flow", "Jeremy" ou "Wishlist" do Pearl Jam, "Under The Bridge" do Red Hot Chilly Peppers, e tantas outras músicas fantásticas e muito melhores do que alguns dos participantes desta lista.

As músicas citadas por mim agora são realmente músicas muito boas, que marcaram gerações, fizeram história, e cujas bandas ficaram famosas não por quantos discos vendiam, e sim por sua qualidade técnica e criativa, qualidades tão em falta no mercado musical atual. Mercado que idolatra subprodutos como Pitty, CPM22, Britney "sem dinheiro para comprar calcinha" Spears, Pussycat "sou gostosa e sei rebolar" Dolls, e outras belas porcarias que a mídia vem nos empurrando goela abaixo.

Bem, polêmicas a parte, abaixo está a lista original da revista Q. Concordem comigo, discordem, me xinguem, tudo é válido.

1. "Smells Like Teen Spirit" - Nirvana
2. "Hey Ya!" - Outkast
3. "Sweet Child O' Mine" - Guns N' Roses
4. "Unfinished Sympathy" - Massive Attack
5. "One" - U2
6. "Live Forever" - Oasis
7. "Bitter Sweet Symphony" - The Verve
8. "Common People" - Pulp
9. "There She Goes" - The La's
10. "7 Nation Army" - The White Stripes
11. "Song 2" - Blur
12. "Crazy" - Gnarls Barkley
13. "Angels" - Robbie Williams
14. "Baby One More Time" - Britney Spears
15. "Personal Jesus" - Depeche Mode
16. "Like a Prayer" - Madonna
17. "Firestarter" - The Prodigy
18. "Brimful of Asha" - Cornershop
19. "Stan" - Eminem
20. "I Bet You Look Good on the Dancefloor" - Arctic Monkeys

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Aprendi

Reeditando o que já foi escrito... Me pareceu adequado...

:: Aprendi ::

Nessa vida eu aprendi muitas coisas. Aprendi que as pessoas são muito parecidas, e por mais coisas que elas tenham em comum, ainda assim são totalmente diferentes. Aprendi que por mais que eu tente, não consigo negar a pessoa que eu sou. Aprendi que a chuva de verão é muito boa, mas é a chuva de inverno que limpa a alma.

Aprendi que as mães são as melhores meteorologistas, e que não adianta discutir, elas sempre acertam quando dizem para pegar um agasalho que vai esfriar, ou para não esquecer o guarda-chuva pois o tempo está ficando feio. Aprendi que por mais que eu me ache autêntico e original, no final eu estou apenas tentando seguir os passos do meu pai, e me tornar melhor do que ele, fazê-lo se orgulhar de mim.

Aprendi que chá com mel e limão é ótimo para curar resfriado, que alho é um dos melhores tempêros para a comida, que chocolate quente no inverno só é bom quando se tem companhia embaixo do edredon, que não gosto de peixe cru e que um dos melhores cheiros do mundo é o do café da tarde na casa dos meus avós.

Nessa vida eu aprendi a controlar meu gênio, aceitar minhas fraquezas e enfrentar meus medos. Aprendi que a palavra proferida é como uma flecha lançada: não tem como voltar atrás, e quando atinge o alvo pode machucar profundamente. Aprendi que algumas fraquezas têm um valor de virtude, e que isso faz parte de mim. Aprendi que não adianta tentar negar quem eu sou, quem quer que eu seja, e que sempre que eu recuar por medo, vou me arrepender depois por não ter tentado.

Aprendi como subir em árvores, como construir cabanas no bosque, qual a melhor maneira de descer uma lomba de bicicleta, como fazer estilingue e trabuco, e aprendi o valor que uma boa risada com o teu melhor amigo tem, o bem que ela faz. Aprendi que amigos vêm e vão na vida da gente, mas o sentimento verdadeiro nunca deixa de existir, por mais que a vida e os caminhos afastem as pessoas.

Aprendi que o passado não pode ser mudado, e que o futuro ainda não existe. O que eu tenho e sempre vou ter é apenas o presente, e cabe a mim decidir o que vou fazer dele. Aprendi que só posso contar comigo para fazer minhas conquistas pessoais, e que é um erro colocar essa responsabilidade em outra pessoa.

Nessa vida, poucos anos que vivi até agora, aprendi tantas coisas que nem sei direito. Aprendi que posso encontrar um instante de eternidade no olhar de outra pessoa, aquele instante em que o universo parece parar exclusivamente para mim. Aprendi que um abraço sincero vale mais do que mil beijos vazios, que um aperto de mão de um amigo vira abraço com a maior facilidade, e que eu preciso desse contato físico como qualquer outra pessoa.

Aprendi que o pôr-do-sol é lindo na beira do Guaíba, mas que o amanhecer pode ser mais lindo ainda, mesmo que visto a partir de um quintal, se você estiver com a pessoa certa. Aprendi que magia existe, e está dentro de cada uma das pessoas que cruzam meu caminho todos os dias. E aprendi que é uma experiência única compartilhar essa magia com os outros.

Aprendi que é errado tentar prender alguém à um sentimento, principalmente se este sentimento partir de somente um dos lados. Aprendi que não posso exigir que alguém sinta por mim o mesmo que eu sinto. Aprendi que o verdadeiro sentimento, o que vale a pena, seja amizade, amor, simpatia, surge naturalmente. Aprendi também que as vezes leva tempo para que o sentimento surja, e mais tempo ainda para que tome força.

Aprendi que algumas feridas demoram mais tempo para fechar do que as outras, e que se ainda estão abertas é porque eu ainda sinto alguma coisa. Aprendi também que não consigo sentir coisas ruins por muito tempo pelas pessoas, e que nenhuma ofensa é tão grave que eu não possa perdoar. Tenho muita coisa boa para sentir e não tenho tempo para perder com as coisas ruins.

Aprendi que sou humano, que sofro e sinto dor como qualquer outra pessoa, e que o sofrimento de ninguém é mais especial do que o de outro. Aprendi que sempre vou lamentar pelo que perdi, mas que algumas perdas são irreparáveis, então o melhor é aceitá-las e seguir em frente. A vida não pára para que possamos enxugar pela milésima vez a mesma lágrima.

Nessa vida eu aprendi muita coisa, coisas demais, coisas que jamais deveria ter aprendido, e aprendi que os pecados que cometemos sempre carregam um pouco de penitência junto, pois por sabermos que estamos fazendo algo errado perdemos um pouco de nós mesmos. Mas aprendi que existe redenção, e que ela está no lugar mais secreto do universo: dentro de nós.

Aprendi aos poucos a não perder a esperança tão fácil, e aprendi que mesmo que eu caia e pareça ter me rendido ao desespero, de algum lugar eu sempre tiro alguma força para me reerguer e seguir adiante. Não consigo ficar caído por muito tempo. Quando se acha que não resta mais forças, ainda temos 40% para seguir em frente.

Mas nem tudo que aprendi é tão profundo. Nessa vida eu aprendi a usar o microondas, a programar o video-cassete, a andar de patins e quase aprendi a nadar. Aprendi a usar a internet (há muitos anos atrás), aprendi a falar inglês sozinho, aprendi a me barbear, me vestir e até dar o nó do sapato sozinho. Aprendi que arroz se faz com água quente, que costela se assa primeiro o osso, que tampa se abre no sentido anti-horário, e nunca esqueci como se anda de bicicleta.

Nessa vida aprendi que nunca vou deixar de ser uma criança, que gosto de brincar com meus amigos, e que se não posso mais brincar de Comandos em Ação, tenho o RPG para substituir. Aprendi que uma das coisas mais gostosas de se fazer é brincar de lego com minha priminha, que amoleço as pernas cada vez que ouço minha afilhada me chamar de "dindo", e que vou ser um pai muito coruja.

Aprendi também a fazer fogo no fogão à lenha, a fazer pipoca, molho branco e que se deve calcular meio pacote de raviolli por pessoa. Aprendi a tocar violão, e descobri que preciso praticar muito antes de poder tocar na frente de outra pessoa. Aprendi que só serei feliz fazendo o que eu gosto, e o que eu gosto de fazer é criar. E criar pode ser qualquer coisa, desde uma frase engraçada até um layout novo para uma página.

Aprendi a desenhar, e por muitos anos esse foi o meu passatempo predileto. Aprendi a escrever, aprendi a expressar meus sentimentos, incertezas e alegrias através de palavras, palavras que eu uso na esperança de quem sabe deixar um pouco de mim eternizado, para que quando eu me for, as pessoas ainda lembrem de mim não por quem fui, mas pelo que senti. Pois o que eu sinto é o que faz de mim quem eu sou. E o que eu sou é o que está aqui, agora, nessas palavras. E é claro que tem muito mais além disso. Sempre vai ter.

Cristiano Molina
- Apenas começando a aprender...